segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Entrevista com Kevin Kelly: "A tecnologia é uma dádiva de Deus"


 A era digital é um presente divino para salvar a humanidade,
diz o guru do Vale do Silício
Peter Moon -
http://revistaepoca.globo.com/


Quando a revista Wired foi lançada, EM 1994, obteve sucesso imediato ao explorar a influência cultural das novas tecnologias que surgiam uma atrás da outra do celeiro do Vale do Silício, na Califórnia. Quem percebeu primeiro a transformação tecnológica na sociedade foram os americanos Louis Rossetto e Kevin Kelly, respectivamente o fundador e o primeiro editor da Wired. Rossetto afastou-se da revista em 1999, e Kelly prosseguiu como repórter especial. Não abandonou sua função em tempo integral, que é pensar as conexões entre a tecnologia e a sociedade. Kelly é um evangelizador, um guru da tecnologia. Em seu livro O que a tecnologia quer (2010), afirma que a complexidade crescente da tecnologia atua em nosso favor, por ser uma obra do Criador.

ÉPOCA – O título de seu novo livro é sobre os desejos da tecnologia. O que ela quer?
Kevin Kelly – Não estou sugerindo que seu telefone ou seu celular tenham algum desejo próprio ou propósito em particular além daqueles para os quais foram projetados, conversar e trocar informações à distância. O que defendo no livro é que o conjunto de tecnologias criadas pelo homem vive um momento de crescente união, graças ao advento dos computadores e da internet. E essa união das tecnologias visa a um objetivo.

ÉPOCA – Qual seria esse objetivo?
Kelly – Os produtos das novas tecnologias tendem a se tornar cada vez mais complexos e especializados com o passar do tempo. Um exemplo é a câmera fotográfica digital. Quando surgiu, ela quase não tinha recursos e gerava imagens de baixíssima resolução. Hoje, mesmo câmeras mais baratas têm uma resolução altíssima e realizam automaticamente todos os ajustes de foco, brilho, luminosidade etc. Essa complexidade e especialização das câmeras torna o ato de fotografar muito mais fácil e rápido. Não é mais preciso fazer um curso de fotografia para conseguir tirar fotos “quase” profissionais. As câmeras digitais são um exemplo. O mesmo padrão de complexidade está presente em celulares, computadores, TVs, carros, aviões e elevadores. Quanto mais complexos ficam essas máquinas e esses equipamentos, mais tarefas são facilitadas ou eliminadas, tornando o trabalho mais produtivo, acelerando o aprendizado e alterando o lazer dos privilegiados que têm acesso às novas tecnologias.

ÉPOCA – Há aí uma contradição? Como a tecnologia pode ficar cada vez mais complexa e ao mesmo tempo oferecer uma experiência simples e fácil para quem usa?
Kelly – A contradição é aparente. A busca de simplicidade é decorrência do aumento da complexidade. Quanto mais funções se insere num celular, tanto maior é a necessidade de o usuário contar com um jeito de usar simples, para não afastá-lo dessas novas tecnologias. Tome o exemplo das redes sociais. As antigas redes de computador dos anos 1980 eram um universo dominado por programadores. Só eles tinham o domínio da tecnologia para poder se divertir trocando mensagens e arquivos. As redes sociais evoluíram. São ecossistemas digitais planetários, muito mais complexos e mais fáceis de usar.

ÉPOCA – Então, o propósito da tecnologia é facilitar nossa vida?
Kelly – Uma coisa é a finalidade da tecnologia, produzir bens e serviços, liberando o homem do trabalho braçal e repetitivo em troca do trabalho intelectual. Outra coisa bem diferente é seu propósito. O propósito maior da tecnologia é a comunhão dos seres humanos.
"O propósito maior da tecnologia
é a comunhão
dos seres humanos"

ÉPOCA – O senhor diz que temos a obrigação moral de aumentar a quantidade de tecnologia disponível no mundo.
Kelly – Somos 7 bilhões de humanos. Há 5 bilhões de celulares no mundo. Mais de 2 bilhões de pessoas têm acesso à internet. A questão não é mais o fosso que separa os plugados dos desplugados. O problema hoje é reduzir a distância entre aqueles que primeiro têm acesso às novas tecnologias e os retardatários.

ÉPOCA – É a função social da tecnologia?
Kelly – Muito mais do que isso. O acesso às novas tecnologias deve ser encarado como um direito básico do ser humano. Há 1 bilhão de celulares na África. Expandir o acesso às telecomunicações e à internet para as comunidades dos países subdesenvolvidos é o meio mais rápido e eficiente para que tenham acesso à educação e à cultura. Os dividendos sociais são óbvios. Não são os únicos.

ÉPOCA – O que está sugerindo?
Kelly – Quem tem acesso à educação tem mais chance de progredir na vida. Mulheres com mais acesso à informação têm menos filhos. Famílias menores têm mais chance de elevar seu padrão de vida. A consequente redução da natalidade acabará por reduzir o impacto da humanidade sobre os recursos escassos do planeta. Ao mesmo tempo, a proliferação da educação proporcionada pela disseminação das novas tecnologias vai expandir a conscientização da importância da preservação do meio ambiente. Podemos prosseguir no caminho atual, expandindo uma civilização tecnológica predadora dos recursos do planeta. Nesse caso, acabaremos sozinhos no mundo. Não creio que exista alguém com bom-senso que acredite que a vida na Terra seria melhor se estivéssemos sozinhos, sem animais selvagens, sem contato com a natureza, vivendo num planeta devastado. É claro que é melhor dividir o planeta com as outras espécies. É evidente que nossa vida será mais completa e feliz. Por isso acredito que a tecnologia tem uma função maior, que é levar a humanidade a um novo estágio, no qual poderemos viver em comunhão com os demais seres vivos.

ÉPOCA – O senhor diz que a tecnologia seria um sétimo reino da vida, além dos outros seis reconhecidos pela ciência, entre os quais animais, plantas, fungos e bactérias. Como assim?
Kelly – A tecnologia é produto da mente humana. Esta, por sua vez, é resultado de bilhões de anos de evolução desde o surgimento da vida na Terra. Nesse sentido, a tecnologia também é obra da evolução. A tecnologia atual pode se adaptar para preservar a vida no planeta. Ou pode continuar o passo que tem seguido, o da inadaptação, e contribuir para a destruição da vida. Sou um otimista. A tecnologia deveria ser encarada como o sétimo reino da vida, pois surgiu para garantir a preservação dos demais.

ÉPOCA – O senhor ganhou fama como um guru da tecnologia. Também é um cristão fervoroso. Sua devoção não o estaria fazendo assumir ao pé da letra o papel de evangelizador da tecnologia?
Kelly – Não há confusão. O propósito maior que enxergo no desenvolvimento da complexidade da tecnologia é o mesmo que vejo na evolução da vida na Terra. Não creio que Deus tenha nos dado os dons da vida e da razão para que pudéssemos conceber os meios da nossa própria destruição, carregando o resto do planeta conosco.

ÉPOCA – Se o aumento da complexidade tecnológica é constante, cedo ou tarde as máquinas começarão a pensar?
Kelly – Sim, a possibilidade do advento da inteligência artificial é concreta, embora eu a considere remota. Mas posso estar errado. O aumento da complexidade tecnológica não precisa necessariamente desembocar na inteligência. Quem é mais complexo, um carro ou um cachorro? O cachorro é incomensuravelmente mais complexo do que a mais complexa das máquinas feitas pelo homem. Cães não pensam. Mas não é preciso as máquinas pensarem para que a evolução da tecnologia descortine cenários sombrios para o futuro da humanidade, como aqueles apresentados nos filmes Matrix e O exterminador do futuro. Esses cenários são uma possibilidade. A tecnologia pode ser usada para o bem ou para o mal. Porém, novamente, não acredito que Deus nos teria dado a dádiva da tecnologia apenas como forma de sabotar sua própria criação.

KEVIN KELLY
QUEM É
O americano Kevin Kelly, de 59 anos, é escritor, blogueiro, conservacionista, fotógrafo e guru da tecnologia
O QUE FEZ
Em 1994, fundou em São Francisco, com Louis Rossetto, a revista Wired, da qual foi diretor executivo até 1999. Hoje é repórter especial da Wired e escreve o blog The Technium
O QUE PUBLICOU
Out of control (1994), New rules for the new economy (1999) e What technology wants (2010)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Luva-sonar para cegos tem projeto aberto




O projeto é totalmente aberto, baseando-se no bem-conhecido microcontrolador Arduino. [Imagem: Steve Hoefer]

Projeto com Arduino
Próteses robóticas, dispositivos biomecatrônicos e aparelhos controlados pelo pensamento costumam reunir o que há de mais avançado na tecnologia.
Mas isso não significa que eles precisem necessariamente custar dezenas ou até centenas de milhares de reais.
Esta é a proposta de Steve Hoefer, que acaba de apresentar sua mais nova invenção: uma luva-sonar capaz de guiar pessoas cegas, eventualmente substituindo os caros cães-guia.
O projeto é totalmente aberto, baseando-se no bem-conhecido microcontrolador Arduino.
Segundo Hoefer, a luva-sonar pode ser construída pelo equivalente a US$65,00, e todos os componentes podem ser encontrados no comércio.
Sonar para deficientes visuais
A luva possui sensores ultrassônicos, que emitem ondas sônicas inaudíveis. Microfones especiais captam o reflexo dessas ondas e o microcontrolador calcula o tempo decorrido entre sua emissão e seu retorno.
O microcontrolador então usa essa informação para controlar pequenos servo-motores, que giram para variar a pressão exercida sobre as costas da mão.
A pressão é pequena quando os objetos estão muito longe, e vai aumentando conforme eles vão ficando mais próximos.
Luva-sonar para cegos tem projeto aberto
O inventor pretende testar outras opções técnicas, com sensores infravermelhos e laser. [Imagem: Steve Hoefer]
O usuário usa essa pressão como um sentido de aproximação, podendo contornar os objetos, caminhando pelos ambientes de forma autônoma, sem necessidade de auxílio.
Segundo Hoefer, o equipamento tem um tempo de resposta muito pequeno, na faixa dos milissegundos, um alcance de 2 centímetros a 3,5 metros, e não exige treinamento: "Todos que a colocaram começaram a usá-la imediatamente," garante ele.
Infravermelho e laser
"Este é o primeiro protótipo público. Ele não é perfeito, mas funciona, e pode ser melhorado. Por exemplo, ele pode ser facilmente construído com a metade do tamanho, e as baterias comuns podem ser substituídas por baterias recarregáveis com um método de recarga amigável para os deficientes visuais, seja sem fios ou por um plugue com conexão magnética," disse o inventor.
Hoefer afirma que agora pretende desenvolver uma versão com sensores infravermelhos e filtros polarizadores. Uma versão high-tech poderia ser feita com lasers, segundo ele, com uma precisão muito maior, mas também a um custo muito mais elevado.
Uma outra possibilidade seria testar outros posicionamentos, uma vez que ficar com a mão sempre estendida não parece ser muito cômodo: eventualmente montar o dispositivo em um cinto ou em uma faixa peitoral possa dar melhores resultados.
O inventor disponibilizou instruções para quem quiser montar sua própria luva-sonar no endereço grathio.com - as instruções estão em inglês e são voltadas para pessoas com experiência em montagens eletrônicas.
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Diretor do Ministério da Cultura destaca 'interesse estratégico' da língua portuguesa para o Brasil



O fortalecimento internacional da língua portuguesa tem "interesse estratégico" para o Brasil, disse, nesta quarta-feira (14), o diretor de Relações Internacionais do Ministério da Cultura, Marcelo Dantas, em audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Ele alertou para o risco de ampliação da influência dos países que utilizam os idiomas inglês e francês, especialmente junto às nações africanas de expressão portuguesa.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) inclui oito países em quatro continentes, reunindo cerca de 250 milhões de pessoas, dos quais quase 80% no Brasil. Nos próximos 50 anos, previu o diretor, Angola e Moçambique devem dobrar a população. Mas apenas 40% a 50% dos habitantes de Angola e cerca de 10% dos habitantes de Moçambique têm atualmente o português como língua materna. Além da influência crescente sobre esses países lusófonos de nações de língua inglesa, disse Dantas, existem organismos internacionais que tentam "boicotar o português".
- O francês e o inglês estão tentando deslocar o português na África. Se a nossa comunidade se enfraquece, o Brasil perde expressão internacional e perde mercados e contratos às vezes bilionários. Angola vai se tornar um dos países mais ricos da África. Podemos ter com eles um projeto de desenvolvimento verdadeiro, equilibrado e conjunto - afirmou Dantas, durante a audiência sobre "A criação e a implementação de um programa de colaboração e intercâmbio de conteúdos culturais entre Estados que integram a CPLP", presidida pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA).
Televisão internacional
[Foto: Lia de Paula / Agência Senado]
 Autor da proposta de realização da audiência, juntamente com a senadora Ana Rita (PT-ES), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), concordou com Dantas. O senador defendeu a implantação de uma televisão internacional de língua portuguesa e um maior intercâmbio entre escritores e estudantes dos países da CPLP.
- Temos que resistir à avassaladora força imperialista do inglês e, daqui a pouco, do mandarim, que vai se transformar em um idioma importante na África - alertou Cristovam.
O presidente do Instituto Cultural Brasil Plus, Túlio Gontijo Rocha, apresentou durante a audiência o projeto de uma televisão via internet para cobrir todos os países da CPLP. Ele pediu apoio aos integrantes da comissão na busca por um patrocínio cultural de R$ 5,4 milhões para colocar a emissora no ar.
Por sua vez, o gerente institucional e de negócios da TV Brasil Internacional, Phidias Barbosa, informou que os governos do Brasil e de Portugal firmaram acordo para um trabalho conjunto entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Rádio Televisão Portuguesa (RTP). Porém, o acordo ainda não foi posto em prática porque existem dúvidas se a RTP virá a ser privatizada pelo novo governo português.
Integração acadêmica
A integração acadêmica entre os países de língua portuguesa foi defendida por três expositores. O reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab), Paulo Speller, informou que a universidade, que terá campi no Ceará e na Bahia, pretende alcançar em uma primeira etapa 5 mil estudantes.
O secretário de Ciência e Tecnologia de Niterói (RJ), José Raymundo Romêo, disse que a Associação das Universidades da CPLP, que ajudou a fundar, já abriga 131 instituições, após 24 anos de funcionamento. O vice-reitor de Cultura e Extensão da Universidade Estácio de Sá, Deonísio da Silva, afirmou "já estar na hora" de o Brasil assumir maior compromisso em relação aos países de língua portuguesa.
Na opinião de Ana Rita, as universidades têm cumprido "papel necessário e importante" não só na integração interna brasileira, mas também com a América Latina e os países africanos. Por sua vez, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) sugeriu que os integrantes da comissão façam uma visita às sedes da Unilab, em Redenção (CE), e da Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), para conhecer os primeiros resultados dessas "duas grandes iniciativas".
Marcos Magalhães / Agência Senado

domingo, 11 de setembro de 2011

Zinepal - Transforme um blog em revista ou e-book




Em outubro de 2008 divulguei aqui no blog o FeedJournal, um sítio que permite tranformar nosso blog em um períodico. Agora conheci outra ferramenta online que nos permite realizar esta operação: o Zinepal.
O funcionamento do Zinepal é semelhante ao do FeedJournal, ou seja, acessando o serviço podemos criar uma versão impressa em pdf de nosso blog ou sítio para ser distribuída por e-mail ou, podemos criar uma versão do blog, específica para leitores de ebook. Tudo isso pode ser realizado de uma forma bem simples, seguindo alguns passos comuns à maioria destes serviços: registro no sítio e validação da conta criada. Logo após, é só informar o endereço dos feeds do blog ou sítio que desejamos criar a versão impressa.

O que diferencia o Zinepal é possibilidade indicarmos mais de uma fonte de coleta de informações para a elaboração de nossa versão "ebook". Isso torna possível misturar conteúdos de diversos sítios/blogs no "zine" que estamos criando. Outro destaque desta ferramenta é a opção de selecionarmos as histórias (posts) que farão parte da revista. Após ser exibida uma listagem das postagens mais recentes do blog indicado, podemos selecionar somente aquelas que queremos que façam parte de nosso "zine". Esta etapa requer um cuidado: posts que possuem recursos em vídeo ou "java", normalmente apresentam erros quando transformados em pdf.



Mas as opções de personalização não param por aí. Após realizarmos a seleção dos posts que farão parte de nossa revista, abre-se a possibilidade de edição de alguns detalhes como: tamanho do título e textos, fontes e cores utilizadas. Também podemos definir quebras de página e/ou coluna entre as diferentes postagens que farão parte do "zine".

As alterações realizadas podem ser visualizadas quando acessamos "Preview", o que permite acertamos os últimos detalhes, deixando nossa revista com a fomatação que julgamos adequada.

PRONTO!!! Agora é só salvar em formato pdf e distribuir nossa publicação. Também podemos tornar público nosso "zine", disponibilizando-o para a leitura de qualquer outro usuário do serviço. E para completar, é possível realizar uma espécie de assinatura virtual que envia, diariamente e de forma aleatória, para o e-mail cadastrado, os "zines" criados por outros usuários.

Bons Zines!!!!!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

100 Livros de Comunicação para download gratuito


O Departamento de Comunicação e Artes da Universidade da Beira, de Portugal, disponibilizou para download legal e gratuito cerca de 100 livros sobre comunicação. Os livros estão disponíveis em formato PDF. 


Acesse: http://www.livroslabcom.ubi.pt/coleccoes.php

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quase à Guisa de Bertold Brecht, poema de Joanyr de Oliveira




Os donos da indústria bélica
louvam a destreza das máquinas
em seus partos desvairados
de canhões, morteiros, bombas,
fuzis, metralhas e lâminas
nos campos da guerra.

Aplaudem os genocídios,
freneticamente. Brindam à saúde
de suas contas bancárias.
Os donos da indústria bélica,
sem olhos para os órfãos,
sem tímpanos sensíveis
ao clamor lancinante
das noivas e viúvas.

Os donos da indústria bélica,
parceiros de corvos, de abutres,
brindam ao regozijo das trevas
nos campos de batalha,
a sorver na mais funda sofreguidão
o sangue dos mortos.

Joanyr de Oliveira
in Tempo de Ceifar (2002 Thesaurus Editora)

via blog http://liricoletivo.blogspot.com/